Organização

A Associação de São Jorge Ebé Oxossi é uma instituição privada sem fins lucrativos, criada em 1849, pela africana Maria Júlia da Conceição Nazareth, reguladora e mantenedora do Templo Religioso do Gantois (Ilé Iyá Omi Axé Iyamasé) e do Memorial Mãe Menininha do Gantois. Sua história tem início, efetivamente, com a fundação do Templo Religioso do Gantois em meados do século XIX, num período histórico de existência da prática da escravidão no Brasil e que remonta o processo de estabelecimento de agremiações e irmandades religiosas de “pessoas de cor” a fim de preservar suas tradições culturais nas terras da Bahia.

A Associação, inicialmente, foi mantida pelas dirigentes do Templo Religioso e que eram integrantes das irmandades de cor na Bahia, lutando pela manutenção de seus princípios e de suas casas religiosas, tendo estabelecido estatuto, que obteve civilmente sua implantação oficial a partir de 1930, fase em que Maria Escolástica da Conceição Nazareth, conhecida como Mãe Menininha do Gantois, já havia passado a liderar a Instituição (1922).

Com isso, todo o patrimônio material passou à guarda da Associação, inclusive o Memorial Mãe Menininha do Gantois passou a integrar o rol patrimonial, tanto no aspecto material como também do caráter de cultura imaterial, graças à revisão mais recente do Estatuto da Associação, ocorrida quando, a Iyalaxé Carmen Oliveira da Silva assumiu o posto de Iyalorixá do Gantois, instituindo as devidas adequação legais.

Dentro dos parâmetros civis, a Associação é composta de uma Mesa Diretora, onde estão distribuídas funções de Direção Administrativa, Tesouraria, Secretária, Cerimonial, Relações Públicas, Assistência Social, Patrimônio, dentre outros. Os associados também são co-responsáveis pela Instituição, além do aspecto religioso.

Ações

Todo o trabalho tem base no sistema de voluntariado e, desde que assumiu a Casa em 2002, a Iyalorixá e atual Presidente tem tentado, aos poucos, dirimir os problemas que circundam a comunidade do entorno e vizinhança, e ajustar as necessidades com recursos próprios e, também, através de agentes sociais que a auxilia civilmente.

As ações têm objetivado minimizar a desigualdade e, a Associação, tendo como referência o Terreiro do Gantois tem um papel fundamental no desenvolvimento de uma política de inclusão social.

Desde obras, melhorias, distribuição de alimentos e projetos na área de saúde, educação, geração de renda, arte e cultura, essas ações têm sempre buscado ampliar o horizonte de alcance, atingindo a estrutura interna da casa e a comunidade circunvizinha. O propósito é sensibilizar o indivíduo e ao mesmo tempo partilhar conhecimento, tendo como foco a acessibilidade e a democratização de condições, implantando mecanismos que atendam a melhorias e aprimorem ações de qualificação, dinamização e difusão, reforçando sua missão enquanto instituição voltada para as necessidades da sociedade contemporânea e a serviço da sua comunidade.

As atividades agregadoras possibilitam o alcance e conhecimento sobre o real grau de dificuldade que essa população da circunvizinhança enfrenta e, com isso, uma prática organizada e sistematicamente ampliada de uma Instituição como a ASJEO não deixa passar ao largo dos problemas sociais da área em que está localizada a Casa desde 1849, exatamente 166 anos.

Ao chegar ao Alto do Gantois, não é preciso conhecer o passado para entender as fórmulas dos acontecimentos presentes, pois a visão geral mostra que é preciso sempre lançar mão de ações que resultem no aproveitamento da comunidade, para evitar o agravamento do risco social que assola nossa Cidade. O Gantois é uma casa-mãe, um templo que preserva a herança ancestral e preocupa com a humanização das condições.

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